Depois do histórico ouro nos Jogos do Rio, em 2016, o paulista terminou em terceiro lugar na Olimpíada de Tóquio, com a marca de 5,87 m, superando as dificuldades encontradas nas temporadas anteriores e ganhando sua segunda medalha olímpica
Imagem: Gaspar Nóbrega/COB
Bragança Paulista – Cinco anos após a histórica medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, Thiago Braz da Silva voltou a figurar entre os maiores atletas do Brasil na Olimpíada de Tóquio, superando as dificuldades encontradas nas temporadas anteriores. O paulista de 27 anos conquistou o bronze na prova do salto com vara na manhã desta terça-feira (3/8), no horário de Brasília, no Estádio Olímpico do Japão. Foi a 19ª medalha do atletismo brasileiro em Olimpíadas (5 de ouro, 3 de prata e 11 de bronze).
Thiago obteve a marca de 5,87 m, a melhor da temporada de 2021. O sueco Armand Duplantis confirmou o seu favoritismo e saltou 6,02 m para levar o ouro. Ainda tentou bater o próprio recorde mundial de 5,18 m, mas não conseguiu ultrapassar 5,19 m. A prata ficou com o norte-americano Cristopher Nilsen, com 5,97 m, recorde pessoal.
Foi a 19ª medalha do atletismo brasileiro em Olimpíadas (5 de ouro, 3 de prata e 11 de bronze).
“Há três dias eu sonhei que pegava o bronze e não fiquei contente no sonho porque eu queria o ouro. Mas estou feliz com o bronze”, contou Thiago Braz, logo após o encerramento da prova. “Nada foi fácil para mim nos últimos cinco anos, com muitos altos e baixos, mas me superei e estou trazendo uma medalha com toda a felicidade e orgulho no peito", disse Thiago. "Tudo foi importante, minha família, minha esposa, meu treinador, meu avô que faleceu no ano passado e o orgulho de ser brasileiro. A classificatória não foi fácil, fiquei com medo de ficar fora por causa da cãimbra - aconteceu isso comigo em Doha, no Mundial. Poder voltar com a medalha para casa é um sonho."
O atleta nascido em Marília disse que ganhou confiança durante a prova. “Na realidade, eu tinha uma certeza interna que com 5,87 m era medalha. O Lavillenie não estava bem porque se machucou e estava tentando se superar. Mesmo assim, se precisasse saltar mais eu teria de saltar”, comentou, referindo-se ao francês Renaud Lavillenie, que acabou em oitavo lugar, com 5,70 m.
Mesmo feliz com o segundo pódio olímpico, Thiago lembra que nada foi fácil em Tóquio. “Na qualificação eu tive cãibra nas duas panturrilhas, a gente tratou e hoje a direita ainda estava doendo, tive de controlar a corrida. Mas os sinais foram acontecendo como se fosse tudo prosperando para as coisas acontecer”, disse. “Um amigo me trouxe uma blusa da China e na etiqueta estava escrito em inglês ‘Open your heart’ (Abra seu cpração), minha família, meus amigos me incentivando, falando que eu podia ir bem. Eu estou muito grato, muito contente por voltar a pegar um pódio olímpico. Hoje por um erro muito bobo não saltei 5,92 m, me fez perder a prata. mas estou feliz.”
Thiago começou a competição ao saltar 5,55 m na primeira tentativa. Acertou 5,70 m e 5,80 m no segundo salto. Já nos 5,87 m passou de primeira, superando a sua melhor marca anterior deste ano de 5,82 m. Não conseguiu superar 5,92 m.
Thiago disse que a segunda medalha olímpica dá confiança. "Tem um cara lá em cima, que é Deus que me ama e me ajuda a romper limites. Eu amadureci. Esse ano foi melhor, um ano mais constante e eu tinha esse desejo de buscar essa constância, sem altos e baixos. Estou num bom caminho", frisou.
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